Juno

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“Em parte do tempo você é amante e um amigo em tempo integral...Temos certeza de que somos fofos para duas pessoas feias...Estou sempre tentando mantê-lo real... Agora estou apaixonada pelo jeito como você se sente... Os pedregulhos me perdoaram, As árvores me perdoaram, Então, por que razão você não pode me perdoar? Não vejo o que qualquer um pode ver, Em qualquer outra pessoa, Além de você...”
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Trechos traduzidos de uma das músicas da fantástica trilha de Juno (Anyone Else But You), e da cena que mais mostra o que é o filme. O dueto, calmo, reflexivo e comovente. Ainda que fale sobre o perdão. Ainda que fale sobre um verdadeiro amor, que sobretudo é companheiro. Ainda que use um tom divertido para se expressar. Acima de tudo, fala com uma grandiosa sinceridade, capaz de cativar não só esse perdão, esse amor, ou a graça, mas um sentimento sublime que faz com que nos tornemos incapazes de julgar qualquer atitude que seja. Nos vemos no meio de tudo isso, apenas reconhecendo com um sorriso que, sem querer, acabou de escapar.
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Juno pode ser uma adolescente comum, que por uma inconseqüência, ou imaturidade, engravidou de um amigo. Pode ser que muitos dos que assistam ao filme virem fãs de seu jeito independente, de sua capacidade de resolver as coisas - mesmo que precisam de algumas tentativas frustradas -, de sua autenticidade tão confiante. Pode ser que Juno seja ícone dos tempos modernos, em que o “feminino” virou “Feminino!”, tão decidido e afirmativo, ainda que frágil e doce. Pode ser que nem seja nada, ao menos ela não tenta ser, simplesmente é.
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Mas então como dizer que é imatura? E talvez realmente seja. Juno é alguém que suporta uma gravidez aos 16, assume a coragem de procurar pais adotivos, e passa a encarar tudo de frente, todos os julgamentos, porque tem convicção de si. Mas então como não dizer que não é?
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Assim é “Juno”. Vai nos deixar com uma série de dúvidas na cabeça, porque é simplesmente um filme verdadeiro, que fala de algo que qualquer um estaria sujeito, da forma como qualquer um é capaz de entender. Mas de um jeito diferente de tudo que nos acostumamos a ouvir. A simplicidade para revelar complexos sentimentos na vida de uma pessoa.
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"Juno". A certeza de que ainda há um bom cinema. E a indescritível sensação de satisfação...
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Juno
(de Jason Reitman, EUA, 2007)
Com: Ellen Page, Michael Cera, Jennifer Garner, Jason Baterman, J.K Simmons.

20 comentários:

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  2. Victor, ótimo texto. "Juno" é isso aí que está no seu post! Um filme simples, porém tocante e verdadeiro.

    Bom final de semana!

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  3. Brigado Kamila! "Juno" realmente me comoveu!
    Bom fim de semana pra você também!


    Beju!

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  4. O filme é tudo que você disse e merece estar chegar onde chegou, uma pena, pois sua única chance no Oscar deve ser em Roteiro Original. Mas já está de bom tamanho para um filme "barato".


    Abraço!!!

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  5. ótimo texto, ansioso em assiti-lo... já fizerma tantas comparações com a miss sunshine que nem me importo mais em ficar preocupado se vou ver algo aprecido com ele, já qeu tbm curti esse...
    abraços

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  6. Vou ver hoje ainda (espero) e depois comento o que achei dele.

    Ciao!

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  7. Espero também logo poder ser atingido no coração por esse filme verdadeiro, ecoando suas palavras, Victor.
    Aproveitemos enquanto filmes assim conseguem fazer tanto sucesso.

    Cumps.

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  8. Pipoca com manteiga! que nome gostoso tem o seu espaço. Estou por aqui, conhecendo-o.
    Quanto à sua análise, acho-a perfeita. Gostei do filme. A simplicidade me seduz.
    Um abraço
    Jacinta

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  9. Gostei bastante de "Juno", mas não tanto como você, Victor. Não custava nada reservar mais momentos entre a dupla formada pelos personagens de Page e Cera, donos das grandes emoções da obra. E bem que poderiam aproveitar, também, a presença da minha musa Emily Perkins!

    Abraço!

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  10. Belo texto! É um filme maravilhoso e um dos meus favoritos de 2007.

    Espero que surpreenda no Oscar.

    Abs!

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  11. Victor, caso leia este comentário antes do final da tarde de Domingo, gostaria de participar do Bolão que fiz no Cine Resenhas? As regras podem ser encontradas através de um link no post "Informações".

    Excelente final de semana e um ótimo Oscar.

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  12. Juno é um ótimo filme e como alguém já disse "um sopro de genialidade em meio a tanto clichê reciclado". Ok. Um ótimo filme, ams as evzes fico pensando em um filão que está se criando a cada ano, um gênero mais ou menos assim: "o filme indie do ano". O filme que a academia decide dar uma chance se torna o indie do ano (Crash, Miss Sunshine) e os outros trabalhso? Asd vezes é muita atenção em cima de um só. Enfim, é uam aiscussão longa e que não tira o brilho de JUNO. Mas é algo a se pensar.

    inté!

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  13. Victor, mando sugestão de pauta para o blog:

    Estamos apresentando o novo filme da diretora Lucia Murat, “Maré, Nossa História de Amor”. Com direção de arte de Gringo Cardia e a atuações de Marisa Orth e Elisa Lucinda, a história conta do amor entre dois jovens separados pela rivalidade entre facções criminosas das favelas do Rio de Janeiro. Com estréia prevista para 4 de abril, já é um sucesso internacional, e teve sessão lotada no último festival de cinema de Berlim.

    Vamos divulgar esse filme de amor e esperança, que conta com nossa rica herança musical para mostrar os piores dos nossos dramas sociais contemporâneos: a violência urbana e a desigualdade social.

    Link para o hotsite, e sinopse: http://www.marenossahistoriadeamor.com.br/

    Link para o trailer no Youtube: http://www.youtube.com/watch?v=S4R8bM4MHaA

    E-Mail: indzooom@yahoo.com.br

    Abraços!

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  14. Aeeeeeeeee! Vim aqui visitar seu recinto! ^^

    Eu adorei Juno e sua simplicidade em tratar o tema... assim como a trilha sonora e a entrada do filme com efeito, hehe! Mto boa! =)))

    Bjuuss, Victor ;**

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  15. O melhor mesmo é por se tratar de um filme real...como vc disse! Juno encara de forma estranha!? Vai saber...é uma reação possível! E isso é bacana! Escapou de ínumeros clichês...um lindo filme!
    Abraço!

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  18. Abandonou o blog Victor?
    Falta de tempo talvez?

    Abraço!!!

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